segunda-feira, 21 de novembro de 2011

DEPRESSÄO E BIPOLARIDADE

Cerca de 1% da população portuguesa sofre de Depressão Bipolar. É uma doença altera as emoções de tal forma que pode conduzir à perda do emprego, à perda das ligações familiares e sociais, ao divórcio, ao suicídio, e ao sofrimento dos doentes e suas famílias. No entanto, há que recuperar o respeito por todos que se vêm afectados pela doença mental. A Depressão não é causada por uma fraqueza pessoal, ou por falta de controlo - é uma doença que pode ser tratada. Estima-se que 25 a 30% das pessoas com sintomas da doença bipolar não estejam ainda diagnosticadas, até porque muitos doentes se recusam a aceitar ajuda médica, sobretudo quando se encontram na fase de euforia. O diagnóstico da depressão bipolar não se faz por vezes na altura própria. Mesmo que simplificado, o reconhecimento das peculiaridades da Doença Bipolar diminuem a frustração dos doentes e dos que os rodeiam, possibilitando uma melhor qualidade de vida através de tratamento médico adequado. A família e os amigos aprendem a reconhecer as oscilações do humor, pois a pessoa nega que esteja errada Sintomas Os sintomas são caracterizados por cada tipo de crise. Mania e Depressão Mania A “mania” manifesta-se em estados de humor elevado, eufórico ou irritável. A pessoa sente-se alegre, altiva, sociável, inteligente e criativa. A elevação progressiva do humor e a aceleração psíquica podem trazer consigo alguns ou todos os sintomas: • Irritabilidade extrema (a pessoa torna-se exigente quando os outros não pactuam com as suas vontades) • Crença não realista das suas capacidades e poderes • Capacidade de julgamento pobre • Comportamento provocante, inoportuno e agressivo • Negação do óbvio, de que está errado • Energia elevada (hiperactividade), reduzindo a necessidade de sono e aumentando o abuso de álcool, medicamentos e drogas para dormir • Auto-estima elevada • Repentinas e imprevisíveis alterações emocionais (a fala é rápida, mudança frequente de assunto, nunca acabando o primeiro, os pensamentos aceleram-se) • Reacções excessivas e interpretações erradas de acontecimentos, irritação e dificuldade de enfrentar comentários banais • Dificuldade de assimilar ideias, transmitindo-as de modo errado • Maior interesse por diversas actividades • Aumento da vontade sexual • Não reconhecimento da doença, tenta recusar o tratamento • Culpar os outros pelo que ocorre de mal, inclusive pela própria doença • Perda da noção da realidade • Incoerência de actos Depressão A depressão manifesta-se pela tristeza e pelo desespero. Deste modo, os sintomas são: • Obsessão com pensamentos negativos, não conseguindo afastá-los • Preocupação com fracassos ou incapacidades • Sentimentos de inutilidade, culpa excessiva • Perda de interesse ou prazer em actividades quotidianas (trabalho, hobbies, pessoas, familiares, amigos e sexo • Pensamento lento, esquecimento, dificuldade de concentração e em tomar decisões • Perda de energia, sentimento de fadiga ou agitação e inquietação • Preocupação excessiva com queixas físicas • Alterações do apetite e do peso • Dificuldades em dormir, ou dormir excessivamente • Choro fácil ou vontade de chorar sem ser capaz • Pensamentos repetitivos de morte ou suicídio • Uso excessivo de bebidas alcoólicas ou de outras substâncias Podem existir crises mistas, de depressão e de “mania”. É o caso da Depressão Tipo I. O tipo II não apresenta episódios de mania, mas de hipomania com depressão (crises depressivas graves e fases leves de elevação do humor). Há uma tendência para os pacientes fazerem várias crises de um tipo e poucas de outro; há doentes bipolares que nunca tiveram fases deprimidas e há deprimidos que só tiveram uma fase maníaca enquanto as depressivas foram numerosas. A depressão e a “mania” graves podem ser acompanhadas por períodos de psicose que incluem alucinações (sentir, cheirar, observar coisas que não existem) e delírios (falsas crenças baseadas no ilógico, apesar da existência da evidências do contrário).

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