segunda-feira, 22 de abril de 2013

UMA INTERNAÇÃO

No extremo da depressão, com dó da minha familia, resolvi me internar numa clinica psiquiatrica. Com 8 anos de tratamento e nada resolvido, resolvi fazer uma nova experiência de tratamento. Foi uma decisão muito dificil pra mim, pois lá eu não podia receber visitas e precisei ficar 3 meses até ganhar alta. No começo foi duro pois a dose do medicamento triplicava e eu ficava totalmente dopada, tendo alucinações, coração disparado, escutando vozes. Meu desespero passou ser grande la dentro pois não conhecia ninguem e cada um tinha um problema diferente, ou dependencia quimica ou alcoolismo e transtorno mental, de personalidade, ou depressão. Os dias foram passando e comecei a conviver com essas pessoas e ver que o meu problema não era o pior. Quando me internei, meu pai também se internou pois estava com um cancêr maligno generalizado então disse pra ele que ele ia me ver diferente e bem melhor, então minha força para estar la dentro era dobrada pq havia prometido ao meu pai uma transformação e ali fiquei, dia após dia. Enquanto me tratava la, meu pai se tratava aqui fora e aquele hospital foi se tornando quase um lar pra mim. Fiz amizades, chorei sozinha, chorei acompanhada, tive minhas crises e os infermeiros ficavam acordados para me cuidar, era um cuidando do outro e ao mesmo tempo recebendo noticias do meu pai todos os dias. Com o passar dos dias, o médico começou a me liberar aos sabados para ver meu pai, pois o estado dele era muito sério, então me buscavam e me levavam de volta. Tive vontade de ajudar as pessoas, levei meu artesanato para dentro do hospital e o médico deu emprestou o maior quarto do corredor para usar. As pessoas ficavam intediadas, nervosas, descontroladas pois não tinha oq fazer a não ser ficar sentadas, e com a ida do artesanato para lá elas se ocupavam e viam que tinham paciência e capacidade sobrando. Pacientes que não levantavam da cama, sairam para pintar. achei que foi uma grande vitória minha, umas das maiores que ja tive, pois eu la internada precisando de tratamento consegui ajudar os outros, nossa muito maravilhoso. o tempo foi passando e eu la, lembrava das palavras do meu pai. VOCÊ CONSEGUE. e eu consegui. O dia que ganhei alta foi inesquecivel até a hora que soube que meu pai havia falecido, justo no dia da minha alta. Não pude falar com ele, não pude ver ele com os olhos abertos. Fiz oq ele pediu, mais perdi 3 meses da minha vida no hospital invés de estar do lado dele, cuidando dele. Mas eu digo que nossas decisões refletem la na frente e hoje estou bem melhor, ainda não curada mas fiz uma escolha de me tratar e consegui vencer, todos podem vencer. As vezes temos um problema e sofremos muito com ele, nos amarramos nesse problema a ponto de sofrer indignamente, então temos que perder o medo e nos dar uma chance, e essa chance se chama viver.